Os tipos do Eneagrama
- Olhando detalhadamente cada tipo

Tipo 1
Quadro de Afirmações Típicas
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Sinto-me bem em ambientes onde há organização e planejamento.
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Percebo facilmente como algo poderia ser mais perfeito.
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Normalmente, acho que tenho razão.
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Lembro que na minha infância cobravam que eu fosse bom, que me esforçasse, que me comportasse bem.
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Esforço-me muito para corrigir minhas falhas.
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Odeio gastar mal o dinheiro.
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Freqüentemente me chateiam as coisas que não caminham como deveriam caminhar.
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Sinto uma crítica interna muito forte.
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Com freqüência me chateio comigo mesmo por não fazer melhor as coisas.
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Freqüentemente, um defeito pequeno é suficiente para pôr em questão todo um trabalho.
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Custa-me estar alegre e relaxar.
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Para mim é importante agir corretamente.
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As críticas dos outros me magoam muito.
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Sinto que me preocupo mais com as coisas que as outras pessoas.
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Sinto a obrigação de ser honesto e honrado.
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Muitas vezes sinto-me puritano.
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Sinto-me irritado quando alguma coisa não está bem.
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Sinto que o tempo passa rápido demais e que fica muita coisa por fazer, e isso me angustia.
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Sinto necessidade de ser responsável pela maneira como administro meu tempo.
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Sinto tendência a ser uma pessoa escrupulosa.
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Identifico-me facilmente com os lutadores contra o mal.
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Tenho a sensação de que devo ser perfeito para que os outros me amem e me aprovem.
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Sinto-me quase obrigado a melhorar a mim mesmo e ao que faço.
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Com freqüência me sinto frustrado porque nem eu nem os outros somos como deveríamos.
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Parece que vejo tudo em termos de correto ou errado, bom ou mau.
Visão geral
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Tentaram ser crianças modelo ("seja bom", "comporte-se bem", "esforce-se", "não seja infantil", "faça melhor"); ficaram sujeitos a altas expectativas, sem receberem recompensas.
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Foram educados para a limpeza.
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Tentaram desenvolver padrões, segundo os quais pudessem julgar o que é "bom" e "mau", "certo" e "errado".
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Idealistas — desejo de um mundo de verdade, justiça e ordem moral.
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Leais e amigos — podem animar os outros a trabalhar sua personalidade e a crescer além de si mesmos.
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Bons líderes e professores — esforçam-se por dar bom exemplo.
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Dificuldade em aceitar as imperfeições (suas e dos outros).
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Perfeccionistas, só quando estão bem à vontade conseguem conviver com a imperfeição. Há uma luta contínua de aperfeiçoamento. Aproveitam tudo o que pode ajudar para se aperfeiçoarem.
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Sempre acham falhas no ambiente, são capazes de refazer um projeto desde o início só porque encontraram um pequeno erro.
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A presumida superioridade moral torna-se um prazer substituto à renúncia de "prazeres inferiores"; o prazer é sempre adiado.
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Procuram ser bons para não serem castigados.
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Sacrificaram o desenvolvimento do seu eu para agradar aos outros e merecer o amor das pessoas; foram privados da infância e levados a agir muito cedo como adultos.
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Têm tendência a economizar para guardar, têm mania de limpeza e ordem.
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Têm ótimas capacidades de organizar e sentem prazer no desenvolvimento de suas capacidades.
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Sentem-se bem em ambientes que requerem organização e planejamento e não se sentem bem em trabalhos que pressupõem grandes margens de erro, interação com pontos de vista múltiplos, tolerância com opiniões diferentes.
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Acham que só há uma visão correta, uma solução certa para cada coisa.
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Querem regras bem claras, querem saber exatamente o que se espera deles.
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Uma vez convencidos de que estão corretos, são invencíveis e trabalham incansavelmente até o fim, dedicando-se a causas de valor, com enorme fluxo de energia física que pode ser altamente construtiva.
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Sua atenção se concentra em "ver" o que "está certo" ou "errado", o que "deve ser feito".
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Rigidez de atenção: focalizam intensamente um setor da vida que precisa de correção e não prestam atenção a outros setores, que se vão desmantelando.
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Têm paciência com aqueles que demonstram força de vontade e que admitem os seus erros.
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Temem opôr-se abertamente às autoridades, por medo de retaliação ou de estar cometendo um erro de julgamento, mas tendem a desconfiar da autoridade.
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Esperam que as autoridades notem o bom desempenho e ofereçam recompensas.
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Têm um estilo intuitivo: percebem facilmente erros e também percebem de imediato como algo poderia ser mais perfeito.
Auto-imagem: tenho razão
Idealização: sou honesto
Estilo de falar: moralizante
Tentação (dilema): perfeição
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Busca da perfeição: domina a vida, é a Tentação. (Na luta contra a imperfeição, o Um pode tornar-se um D. Quixote.)
Quando encontram algo que parece perfeito, há um êxtase momentâneo; ao aparecerem as imperfeições, vem a decepção e, daí, frustrações constantes. (Há uma busca pela vida religiosa: "pelo menos Deus é perfeito").
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Um comentário que pode ser freqüente é: "pense na perfeição que isto poderia ter..."
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Responsáveis e cumpridores do dever.
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Compulsivamente pontuais (têm relógio na cabeça, não precisam de despertador).
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Vivem sob a pressão do tempo, seguem uma agenda bem definida.
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São pessoas sérias, geralmente não contam piadas.
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Os hobbies são geralmente práticos (e podem causar alegria aos outros): cozinhar, cuidar do jardim.
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Tendência a renunciar e punir-se a si mesmo, reprimindo ou matando sentimentos e necessidades.
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Ascetas e puritanos: meio para se salvar a si mesmo.
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Internamente, fervem de raiva, mas não articulam agressões; tentam apresentar seus argumentos e parecer objetivos.
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O sentido de perfeição pode ser encontrado em coisas simples: casa arrumada, uma coisa bonita, uma boa conversa, tem trabalho bem-feito.
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O sentido de perfeição pode também gerar uma magnífica incapacidade crítica.
Fuga de: irritação
(quando a pessoa sente que está irritada, tenta fugir disso, evitar, não demonstrar)
Pecado de raiz: ira
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Vergonha da ira
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O pecado coincide com a "fuga de"
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Não admitem (nem percebem) que são agressivos (porque isso é imperfeição)
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Pode ser uma raiva vulcânica, assustadora, por ser desproporcional em relação à situação que a produz.
Mecanismo de defesa: controle de reação (processo instantâneo de censura)
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O medo de ser criticado, durante a infância, desenvolveu um sistema de vigilância interna que controla o pensamento, a palavra e a ação.
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A repressão das agressões gera uma pressão terrível (panelas de pressão); a fúria é a válvula, acumula e, quando tem um motivo que parece legítimo, descarrega tudo.
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A compulsão de praticar boas obras pode levar ao desespero: ser um aperfeiçoador do mundo, mas nunca está satisfeito com o que aperfeiçoou.
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Quando expressam a raiva é sinal de que estão seguros no relacionamento e, quando alguém ouve uma explosão de raiva até o fim, para o Um é sinal de ser amado.
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Têm um "crítico interno": pensamentos julgadores, uma voz que constantemente os censura, os compara com os outros.
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A crítica externa é geralmente muito dolorosa, pois já se sentem muito criticados internamente.
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Necessidade de atribuir a culpa a outros, a fim de contrabalançar a intensa crítica dirigida a si mesmos.
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O dever de trabalhar duro para satisfazer o "crítico interno" abafa os sentimentos próprios, gera ressentimentos e sentimento constante de irritação.
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Têm a sensação de dois "eus": um lúdico e outro punitivo. É como uma casa dividida: em cima, mora o "crítico interno" e, no porão, ficam os sentimentos. Isso gera uma tensão, pois os sentimentos são reprimidos. Isso pode gerar alternância, erupções momentâneas.
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Alguns tentam resolver o dilema levando vida dupla (concretamente desejos sexuais reprimidos). Isso funciona como um alçapão, que de vez em quando, em certas situações, dá passagem para a liberação dos sentimentos reprimidos no porão.
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Se forem pessoas neuróticas, são farisaicas e hipócritas.
Geralmente:
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têm dificuldade para tomar decisões importantes (medo de errar);
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não avançam, se não tiverem o passado resolvido; podem tornar-se a dor de consciência de uma família;
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pregam conversão e renovação, é o Tipo Reformador.
Armadilha: suscetibilidade (melindre, irritabilidade, ressentimento)
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Há um sentimento constante de ressentimento: qualquer coisa "fere" a pessoa, a irrita, a incomoda
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Precisam aceitar a si mesmos e aos outros em vez de julgar
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Precisam enxergar a trave no olho
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As pessoas imaturas do Tipo 1 se tornam um saco: os outros se sentem continuamente julgados por elas (criticados)
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Não conseguem entender que os outros não se esforçam por serem melhores
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Quando reconhecem seus erros, pedem perdão e prometem emendar-se
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Conseguem perdoar, mas o perdão, geralmente, nunca é incondicional (conseguem guardar "listas" de defeitos dos outros e são rancorosos)
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Lentamente, os outros deixarão de levar a sério a pessoa do Tipo 1.
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