Os tipos do Eneagrama
- Olhando detalhadamente cada tipo

Tipo 4
Quadro de Afirmações Típicas
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Da minha infância, lembro de uma experiência dolorosa de perda ou abandono.
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Vejo-me como uma pessoa especial, diferente dos outros.
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Sinto ansiedade quando quero conseguir uma coisa e perco o interesse quando a consigo.
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Facilmente sinto inveja e ciúme.
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Não gosto de coisas comuns, triviais, normais.
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Parece-me que os outros não compreendem meus sentimentos.
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A maioria das pessoas não aprecia a autêntica beleza da vida.
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Esforço-me por parecer simples e natural.
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Acho que a maioria das pessoas não tem sentimentos tão profundos como os meus.
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O simbolismo é algo que me atrai.
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Sinto uma nostalgia quase compulsiva do meu passado.
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Preocupo-me com o sofrimento, a perda e a morte.
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Gosto de fazer as coisas bem-feitas e com classe.
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Gosto muito de teatro e crio fantasias como se estivesse em cena.
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As formas e o bom gosto são importantes para mim.
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Não gosto de passar por ser uma pessoa vulgar ou comum.
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O meu meio ambiente é muito importante para mim.
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Sinto que o fim dos relacionamentos me afetam mais do que às outras pessoas.
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Às vezes me assusta o fato de minha resposta sentimental normal não ser suficiente.
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Tenho a sensação de que me aproprio facilmente da maioria dos sentimentos de um grupo, de tal maneira que freqüentemente perco o sentido de onde acabam meus próprios sentimentos e onde começam os dos outros.
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As artes e a expressão artística são muito importantes para mim como meio para canalizar minhas emoções.
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Identifico-me com a figura do "palhaço trágico", sorrindo através das lágrimas.
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Acusam-me de ser distante.
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Percebo na minha vida muitos altos e baixos. Ou estou muito animado ou estou "na fossa". Quando me encontro no meio-termo, não me sinto vivo.
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As pessoas me acusam de ser excessivamente dramático, mas na realidade não entendem meus sentimentos.
Visão geral
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Na infância, teve geralmente a experiência de que o mundo era insuportável e sem sentido — ligada à dolorosa experiência de perda (abandono: real ou emocional). Esse sentimento de perda gera uma baixa "auto-estima".
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Há a sensação de que havia uma fonte de amor que se perdeu. Às vezes, há um sentimento de raiva contra o pai ou a mãe que os abandonou. Isso pode traduzir-se num sarcasmo mordaz, uma necessidade de reduzir os outros verbalmente; geralmente a raiva se volta contra a própria pessoa.
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Faltaram modelos que desempenhassem papéis positivos - por isso, na busca da identidade, volta-se para o interior.
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Por falta de fonte de amor, criou-as na fantasia (busca do grande amor perdido).
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A raiva pela perda sofrida às vezes é tão grande que não pode ser expressa, e ela é dirigida contra a própria pessoa (vergonha oculta).
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Vive com a sensação de que falta algo à vida, e os outros têm o que lhe falta (fazem comparações invejosas).
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Mesmo alcançando sucesso, permanece voltado para o "amor perdido", inalcançável, um amor futuro e uma imagem de felicidade que só o amor pode trazer. Isso gera também o hábito de rejeitar tudo o que seja fácil de obter. Concentram a atenção em detalhes refinados que faltam, e tudo o que está disponível parece sem valor e sem interesse. Pequenas falhas se tornam motivo de irritação.
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Têm atração pelo distante e inalcançável (idealização do amado ausente).
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Humor cambiante, boas maneiras, luxo e bom gosto, como sustentáculos exteriores de auto-estima.
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Têm como meta a profundidade de sentimentos. Impacientes com a "vulgaridade dos sentimentos comuns".
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Utiliza seus dons para despertar o sentido do belo e da harmonia.
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É altamente sensível; possui, quase sempre, dotes artísticos, exprimindo seus sentimentos na dança, música, pintura, teatro, literatura.
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Tudo o que possui energia vital e é essencial o atrai: nascimento, sexo, morte.
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Capta com precisão as emoções e sentimentos dos outros e a atmosfera de lugares e acontecimentos; sensibilidade à emocionalidade dos outros — capacidade de apoiar pessoas em crise.
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É pessoa ecumênica (não aceita a divisão entre sagrado x profano).
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Sente-se melhor no campo do inconsciente: símbolos, sonhos.
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Ajudam os outros a descobrir o gosto pelo belo e pelo simbólico.
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Retiram sua energia vital dos outros: "o que você pensa de mim? Eu me destaco?"
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Procura ser esteticamente atraente, ser "especial", parecer criativo e às vezes esotérico, excêntrico, extravagante, exótico; é o "romântico trágico". Há um estado de melancolia (doce pesar).
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Acreditam que as regras não se aplicam a eles. As grandes autoridades são respeitadas; mas, se as autoridades são punitivas, a tendência é quebrar todas as regras. Podem criar uma certa "amoralidade". Gostam de atuar no limite do escândalo. Têm fascínio por comportamentos escandalosos, e o proibido tem grande força atrativa.
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Arruma-se cuidadosamente, embora procure dar a impressão de ser espontâneo. Usa roupas extravagantes.
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Marcado pelo anseio: deseja que o mundo e a vida componham um todo harmônico ("o mundo será salvo pelo belo" Dostoiewski).
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Vivem voltados para si mesmos, criando novas situações de "maldade", e acabam sendo rejeitados e abandonados.
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As normas da sociedade não valem para este tipo; sente-se um estranho e carta fora do baralho, acha-se no direito de estabelecer suas próprias normas; alguns têm uma consciência elitista.
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Demonstra um ar melancólico (prefere cores preta e violeta). Alguns vestem roupas coloridas e "doidas". Muitos são vegetarianos, protetores dos animais, feministas e adeptos de doutrinas excêntricas sobre saúde.
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Não se interessa por possuir coisas — desejar é mais importante que possuir (quando consegue o objeto de seu desejo, logo se sente frustrado, por isso é amante complicado).
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Reverencia grandes autoridades: poetas, músicos, gurus, lideres espirituais, "pessoas que têm algo de especial e profundo"; só essa autoridade interna é que vale (autoridades formais não significam nada para ele).
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Seu faro para o genuíno é infalível.
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Na igreja, tem uma sensibilidade afinada pela liturgia, ritos, decoração.
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Tem gosto apurado — sua aparência não se pauta pelo gosto popular (não compra roupas em liquidação nem usa coisas fabricadas em série). Odeia tudo o que é normal, mediano, sem estilo.
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Tendência a idealizar as "massas incultas", e sua sensibilidade com os pobres parte de uma perspectiva estética. (Na prática não suportaria viver a sujeira real e a miséria verdadeira).
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Há três tipos básicos: os basicamente deprimidos, os basicamente hiperativos e os oscilantes no humor.
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A depressão é um humor freqüente: longos períodos de depressão ou hiperatividade contínua; outros canalizam isso para a expressão artística.
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A vida como arte e a vida como dor estão freqüentemente entrelaçadas.
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Pedem conselho e logo o rejeitam; a ajuda é recusada e a própria pessoa é incapaz para agir em benefício próprio, perde a esperança de que alguém possa compreender sua situação interior.
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Nos relacionamentos há um padrão de vaivém: afastar o que está disponível e atrair o que está difícil.
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Apelam para todas as emoções quando sentem abandono: há cenas teatrais e violentas acusações, gestos suicidas e desespero, quando a "perda original" for recriada.
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Sentem seus altos e baixos como um plano elevado de existência que transcende a felicidade comum. Há uma sensação de ser um estranho à realidade comum, de ser único, distinto, especial.
Auto-imagem: sou diferente
Idealização: sensível
Estilo de falar: lírico
Tentação (dilema): autenticidade compulsiva (tendência a procurá-la)
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As crianças e a natureza despertam nele a originalidade e simplicidade que sente ter perdido.
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Quanto mais o não redimido se esforçar por ser autêntico, tanto mais artificial parecerá aos outros.
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Busca de autenticidade: sensação de que o presente não é real; o verdadeiro eu vai emergir no futuro, quando for verdadeiramente amado.
Fuga de: banalidade
Pecado de raiz: Inveja
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Consegue perceber de imediato quem tem mais estilo, mais classe, mais talento, idéias mais brilhantes.
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Vê quem é mais simples, natural e "normal" que ele.
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Não há nada que não possa invejar; a inveja pode externar-se como ciúme nos relacionamentos.
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Luta nele uma criança com seus sentimentos de inferiori( lade.
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Foge do trivial, do comum, do convencional e do normal;
exigir que seja como os outros pode causar nele pânico. -
Se não abandona essa auto-imagem espalhafatosa, continuará egocêntrico; pode até ser sarcástico em relação a seus caprichos, mas dificilmente mudará.
Mecanismo de defesa: introjeção
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Os sentimentos não são expressos diretamente, mas por simbolos rituais; isso ajuda a minorar a dor e o medo de rejeição ("se alguém me visse como realmente sou, não portaria o espetáculo").
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Alguns se sentem mais à vontade com a sua arte do que com as pessoas.
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O entusiasmo pelos outros pode ir e vir; os outros podem tornar-se descarga emocional de certos anseios, recordações, sonhos.
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Encena sua vida como uma obra de arte (tudo bem sintonizado) — embora pareça casualidade, foi tudo bem planejado.
Armadilha: melancolia (doce tristeza)
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Para ser feliz, precisa ficar deprimido e sofrer de vez em quando.
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"Romântico trágico" ("a melancolia é a felicidade de estar triste" — Vítor Hugo).
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Quanto maior a dor e a melancolia, mais criativa a pessoa pode tornar-se.
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Tem muitas vezes afinidade com a morte (última lamentação e saudade definitiva, ou porque só a morte pode perpetuar a beleza).
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Pode dirigir as agressões contra si mesmo, é normal que tenha nojo de si mesmo e do próprio corpo (mesmo que seja bonito, se acha feio); a mania de emagrecimento é normal nas mulheres do Tipo 4.
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Precisa de amigos que o suportem sem se deixarem envolver por suas ocilações de humor. Conviver com um Quatro é cansativo e exige muita tolerância (o parceiro fica exposto a uma crítica constante e fica jogado entre a sedução e a recusa).
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Oscila entre fases de atividade exagerada e de "paralisia".
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Pode criar uma personalidade maníaco-depressiva.
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No estado de depressão recusa ajuda, por achar que ninguém o compreende.
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Levam muito a sério seus sentimentos e ficam muito magoados quando eles são feridos.
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A crítica faz com que se retraiam — por outro lado, têm propensão a criticar a si mesmos.
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